domingo, 5 de outubro de 2008

Ser ou não ser bilíngüe... eis a questão!

Nos últimos anos tenho pensado muito sobre as escolhas que os pais fazem em relação à educação de seus filhos, quando pensam em optar entre uma educação bilíngüe e uma educação monolíngüe. Tenho visto muitos tipos de pais, muitos sonhos e expectativas, muitas condições de vida diferentes e até aquelas 'coincidências' com que às vezes nos deparamos e que precipitam os acontecimentos. E cada família é única: tem pessoas com origens diferentes, trabalhos diversos, conhecimentos de línguas que mudam muito... tudo isso influencia os pais quando pensam em que educação proporcionar a seus filhos.

Há um tipo de família que já tem em casa um contexto bilíngüe, ou pelo menos de contato entre línguas. Exemplos são os casamentos entre pessoas de nacionalidades diferentes, com línguas distintas. Ou pais que, sendo filhos de imigrantes, já nasceram no Brasil, mas que ainda têm uma herança cultural muito forte. As crianças dessas famílias convivem com a mãe, o pai ou avós que sabem (e às vezes falam com ela) outra língua além do português. Língua que relaciona-se a uma identidade cultural que podem querer manter, valorizar e transmitir às crianças.

Há também aquelas famílias que têm o português como língua de comunicação entre todos os membros. Se vêm de imigrações, já são de gerações bem anteriores, as línguas se tornaram remotas referências, como curiosidades, fazendo parte das histórias dos bisavós. Se há o interesse em aprender uma outra língüa, ela não necessariamente será a de sua história familiar. A escolha pode ser guiada por questões mais práticas, como a exigência do mercado de trabalho. Pais que sentem falta de dominar um segundo idioma às vezes procuram ensiná-lo a seus filhos preventivamente, para que não tenham dificuldades na vida profissional futura.

Há também aqueles pais que trabalham rotineiramente com uma segunda língua, e que por isso a consideram importante.

Há também outras situações familiares que levam os pais a optarem por uma educação bilíngüe: O desejo de ampliar a cultura e a formação das crianças; A influência de outras pessoas que valorizam a educação bilíngüe; Uma oportunidade inesperada (como o trabalho em uma escola bilíngue); A possibilidade de vir a morar em outro país, etc.

Pode haver situações não mencionadas acima, ou mesmo uma mistura de algumas delas. Mas seja qual for o motivo que levou os pais a optar por uma educação bilíngüe para seus filhos, um mínimo de informação é necessária para que essa seja uma boa escolha.

E o que é importante saber? Como decidir se uma criança deve ou não receber uma educação bilíngüe? E em que língua(s)? Deve-se escolher uma língua da herança familiar que permita à criança comunicar-se com seus parentes? Ou escolher uma língua hegemônica, que aumente sua capacitação profissional?

Cada caso implica em uma resposta diferente. Eu tenho minha história como mãe e como educadora. Mas gostaria de levantar um debate que envolvesse também outras histórias. O que você acha?

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